Olhar Trabalhista

Sérgio Miranda PDT MG e Alceu Colares PDT RS Analisam Crise Do Capitalismo Global

Confira a entrevista exibida pelo programa Olhar Trabalhista.


Qual o futuro dos Grêmios Estudantis?


Trabalhar a ideia do Grêmio em sala de aula significa ensinar cidadania não só na teoria como também na prática (é incrível como somos exclusivamente teóricos quando tratamos de certos assuntos).

O Grêmio Estudantil, além de um instrumento de organização e luta dos estudantes, não deixa de ser também um fator inibidor (via participação) da revolta gratuita que leva à violência pela violência, a depredação pela depredação outros fenomênos que constatamos no dia a dia das escolas.

A ação do educador não deve ferir a autonomia do Grêmio, restringindo-se a uma assessoria informativa e também deve se estender a um apoio politico à criação e ao livre funcionamento da entidade estudantil na escola, por mais contraditória que possa parecer esta afirmação. Dotar o estudante do máximo de informações possíveis sobre o assunto também pode ser o caminho para torná-lo independente e viabilizar assim a médio prazo a verdadeira autonomia do Grêmio estudantil.

"Não existe caminho novo, o que existe é a nova forma de caminhar".

As formas de organização populares constituídas à custa de muita luta e mobilização (sindicatos, partidos políticos, associação de bairros, associações de Pais e Mestres, colegiados, Grêmios Estudantis, etc) devem ser preservadas. Se hoje sua ação tem sido inócua contra as forças que oprimem o povo, devemos discutir como fazê-las caminhar de forma eficiente e atingir seus objetivos, ao contrário de esvazia-las. É com muita decepção e tristeza que ouvimos afirmações do tipo " este sindicato não nos serve mais". Geralmente, esses mestres cruzam os braços, nunca propõem formas alternativas de luta e simplesmente se tornam especialistas na humilhante arte de "engolir Sapos".

Para o modelo neoliberal é importante destruir as formas de organização popular. Este é o caminho para submeter o povo à ideologia do lucro e torná-lo mero espectador de uma história escrita pelos que hoje dominam a economia mundial.

Cada vez que um de nós se volta contra o sindicato, a associação de bairro, o Grêmio etc.; está reforçando a ação nefasta daqueles que querem alijar as camadas populares do processo histórico, contribuindo para no futuro vivermos num mundo onde dignidade será privilégio de poucos.

Dessa forma a discussão se o Grêmio deve ser considerado por nós como necessário ou não torn-se no momento um debate superado. O movimento exige sim que aprofundemos nossos estudos e análises sobre o porquê da pseudo-falência destas formas de organização para, através da compreensão do momento atual e de suas dificuldades, "buscarmos nossa nova forma de caminhar"

Retirado do livro Grêmio Livre do autor Luiz Paulo Araujo 1998

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