Documento do 6º Congresso da JS PDT Mineira

Juventude Socialista do PDT de Minas Gerais




Carta de Divinópolis





Nós jovens socialistas, reunidos no VI Congresso da JS PDT MG, em 31 de Outubro e 01 de Novembro, na cidade de Divinópolis, sedento pelo futuro de nossa Minas Gerais e de nosso país, declaramos:


A Juventude tem não só o futuro em suas mãos, mas o presente. Sabe que Minas Gerais são várias, e em sua complexidade respira a liberdade, respira o espírito rebelde e respira a síntese do país. Dos conjurados de 1789, passando pelos jovens que lutaram por democracia nas ruas de todo nosso estado, até nós, que aqui estamos na luta por dias melhores, mais democráticos, livres e com mais igualdade.


Hoje, a juventude é a primeira a sofrer com a crise econômica do modelo neoliberal que assola todo o mundo. Apesar de dizerem que a crise passou, vivemos a falta de emprego, de recursos para a educação e para a cultura e somos obrigados a ver estes recursos canalizados aos banqueiros, logo eles que diziam que não queriam nem ver o Estado planejando, organizando e investindo.


Nas escolas de Minas, nossos professores ainda não recebem se quer o que a lei manda, muito menos do que seria o justo a quem tem a tão importante tarefa da educação. Nós jovens trabalhistas e socialistas, herdeiros do legado de Darcy Ribeiro e Leonel Brizola constatamos, que em Minas Gerais, não há uma política voltada a escola de tempo integral, de qualidade, condição básica para uma igualdade de oportunidades entre nós, jovens filhos da classe trabalhadora e os filhos da elite. Tampouco temos investimentos no ensino superior pelo governo do estado, condenando a UEMG a uma universidade que não possibilita se quer a gratuidade e a qualidade que, estados como São Paulo e Rio de Janeiro realizam em suas instituições de ensino superior.


Na cultura nossos artistas não tem o devido espaço para produzir e divulgar sua cultura, condenado a suas próprias iniciativas, muitas vezes legado ao gueto ou aos interesses do mercado, que quase nunca prima pela diversidade e qualidade da nossa produção artística. Entretanto nas periferias continuamos a fazer nosso hip hop, nos teatros, nossas peças, nos palcos nossa música e dança, nunca antes tínhamos visto tanta produção cultural, na garra e na marra, mas sabemos que nosso estado precisa das mais apoio a nossa produção. Querem agora cercear até nosso acesso ao que foi produzido, visando estabelecer cotas para a meia entrada, conquistada após tanta luta de nossa juventude. Aqueles que diziam que o mercado tudo regulava, em tudo mandava, estribucham a qualquer movimento que aposte na democratização do acesso à cultura ou ao apoio específico do Estado às produções que realmente necessitam.


No esporte teremos a copa do mundo em Minas e a olimpíadas no país, mas não vemos ainda esforços necessários na formação de atletas para disputar estas competições. Também nas escolas a educação física não tem incentivos, e a prática esportiva é legado a um segundo plano.

No emprego o estado se escora nos esforços do Ministério do Trabalho na qualificação social e profissional de jovens e coloca apenas placas e sem seus recursos do governo mineiro, somos condenados ao desemprego e a falta de qualificação.


Nossas jovens não tem uma política à sua saúde, engravidam por falta de informação e não tem apoio durante a gestação. Aqueles e aquelas com orientação sexual pelo mesmo sexo, tem que viver combatendo a homofobia e não vemos o estado combatendo a violência e o preconceito.


Nossa juventude está matando e morrendo em função do crack e de outras drogas. Além do preconceito, não há uma política pública eficaz em nosso estado. A maior parte dos que estão alijados da sociedade nas cadeias são os jovens. Vidas com toda a energia e criatividade estão hoje encarceradas em cadeias lotadas que não reabilita, tornando-se uma verdadeira universidade do crime.


Nossos rios e matas estão à mercê da especulação e do mercado. Nós jovens sabemos que nosso futuro depende da sobrevivência do planeta e apesar dos esforços organizados pela sociedade em defesa das águas, são ainda insuficientes.


A comunicação em nosso estado passa, não só pelo monopólio que em todo país vive, estabelecendo inclusive um quase partido da mídia golpista, uma pauta única em defesa das elites. Vivemos na terra da liberdade, Minas Gerais, um cerceamento à informação e um controle da imprensa poucas vezes vista em um regime democrático. Temos uma televisão pública de qualidade como a Rede Minas, mas que não possibilita a participação da juventude e da sociedade no controle da sua programação.


É por isso que nós jovens nos organizamos e lutamos. Sabemos que só com organização e luta poderemos reverter este quadro e conseguirmos uma sociedade democrática e livre. Onde a escola seja para todos, integral e de qualidade, que a universidade seja pública e acessível à juventude trabalhadora, que a cultura seja plural, que nossas mulheres tenham saúde e liberdade, que não matemos nem morramos por ilusões passageiras, que nossas opções sejam respeitadas, que o planeta seja preservado, que tenhamos emprego e direito a liberdade de informação que possamos com nossa energia e criatividade ajudar a construir um futuro com a nossa cara.


Para isso, Minas precisa mudar, precisa ter em seu comando não apenas gerentes competentes, mas políticos, homens e mulheres, com a percepção do desenvolvimento solidário, com liberdade e embuídos de projetos que favoreçam aqueles que necessitam de fato. Para tanto, na luta cotidiana devemos ter estas bandeiras carregadas bem alto e forte e nas urnas façamos as opções que possibilite esta nova Minas.






                                                        Divinópolis, 01 de Novembro de 2009

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