Greve dos Professores de Minas Gerais

Carta enviada ao Senador Cristovam Buarque por Professor Mineiro

Caríssimo Senador Cristovam Buarque,

Quero apresentar-lhe uma situação gravíssima contra a educação e os professores de MG. Mas antes, parabenizá-lo e agradecê-lo pela luta que tem assumido no Senado e em sua trajetória de vida em defesa da Educação. O Senhor é a voz viva de cada um de nós, educadores, no parlamento federal.
Sr. Senador, nós professores de MG e de mais quatorze estados estamos em greve que já dura mais de 60 dias. Nossa reivindicação é legítima e urgente. Em Minas queremos que o Governo cumpra a resolução do STF e pague o piso salarial de R$ 1.187,00 (ver anexos). Hoje o piso ou salário base dos professores estaduais de Minas é o menor do Brasil. (R$ 369,89.)
O governo de Minas de forma intransigente, não negocia, não recebe os professores, não dialoga, não respeita a lei federal e ainda tenta desqualificar o movimento e a importância do professor titular, designando e contratando em caráter dito “emergencial” pessoal não habilitado para dar aulas em substituição aos professores em greve. São contratações de pessoas que jamais entraram em uma sala de aula para lecionar, são engenheiros, publicitários, tecnólogos entre outros, contratados nesta semana para substituir o corpo docente titular que está em greve.
O que está acontecendo em Minas é um verdadeiro atentado à educação e aos professores, também aos alunos e pais. É um sucateamento generalizado da Educação, um massacre contra os professores de carreira que lutam pelo seu direito e melhoria de vida e condições de trabalho.
Não bastasse o sucateamento histórico de nossos salários e condições de trabalho, o governo de Minas agora tenta nos descartar, nos desvalorizar, jogar no lixo nossa carreira, nossos anos de estudos, conhecimentos e investimentos em licenciatura para que nos tornássemos professores habilitados e capacitados a docência. O governo tenta nos sucatear negando nosso piso de direito, impondo um subsídio absurdo e agora contratando pessoas não qualificadas para nos substituir em sala de aula.
Para o governo de Minas nossa qualificação não tem a menor importância. A carreira de docente, a qualidade, preparo e capacidade do professor não importam. O que importa é ter alguém, uma figura em sala de aula falando e fazendo alguma coisa com nossos alunos. Para que os pais e os próprios alunos pensem que está havendo aulas e a imprensa divulgue uma normalidade na educação Mineira.
Por isso, como cidadão e professor, peço encarecidamente ao caríssimo senador Cristovam Buarque que tome conhecimento dessa barbárie e nos apóie levando inclusive à tribuna do Senado federal a nossa situação, para sensibilizar os demais senadores que defendem a educação e o professorado e quem sabe assim removermos a intransigência do governo de Minas.
Para municiá-lo de dados e informações envio anexo material sobre o assunto e sugiro acessar os sites abaixo:



Atenciosamente,
Professor Westerley Santos

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